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domingo, 14 de março de 2010

O dia que roubaram meu diário













Todo santo dia eu abria meu diário e começava a escrever:
"Querido Diário"
E ali eu contava todas as minhas aventuras, tristezas, alegrias, segredos.
Quando minha mãe me chamava e eu estava escrevendo , ficava brava, pois quando se escreve é preciso um pouco de concentração, mas parece que as mães quando precisam dos seus filhos esquecem de qualquer regra básica da criatividade.
Toto era meu cachorro preferido. Preferido porque tínhamos mais quatro, além de cinco gatos.
Meu pai não podia ver um bichinho abandonado que levava para casa.
Mamãe não gostava, reclamava:
- Não é você que tem que limpar esse quintal todos os dias!!!! Se continuar assim nossa casa vai virar um zoológico!
Até que eu gostava da ideia.
Imaginava nosso lar cheio de elefantes e girafas. Hipopótamos dentro do nosso tanque, cotias correndo pelo quintal! Seria perfeito!!!
Papai era um "bichólatra", viciado em bichinhos inofensivos e nem estava aí para o discurso de mamãe. Pouco se importava se não teríamos mais espaço para circular no nosso quintal.
No colo do papai, Toto chegou em casa pequenininho. Sua mãe foi vítima da carrocinha. Ela estava a procura de um osso quando a levaram, e seus cachorrinhos acabaram ficando órfãos de mãe viva.
Papai estava passando e viu aqueles bebezinhos abandonados a sua própria sorte. Uma senhora relatou a ele a triste história da mamãe dos cachorrinhos. Naquele dia ele chegou, pela primeira vez, mais tarde em casa, pois ficou fazendo uma campanha para que as pessoas adotassem os pobrezinhos. O que foi um sucesso, mas restou um, então ele não pensou duas vezes e o levou para casa. Era um cachorrinho doce e inevitavelmente acabou conquistando toda a família.
Foi muito mimado por todos.
Seu nome surgiu porque minha mãe disse:
- Oh!!! Que coisa mais totosa!!!!
Então meu irmão exclamou:
- O nome dele será Totó!
Retruquei:
- Totó é muito comum, colocaremos de Toto.
E assim ficou.
Era um tal de Toto para cá, Toto para lá.
Parecia que o amor que sentíamos por ele era maior ainda por conhecermos a sua história.
Mamãe colocou uma regra básica:
- Animais dentro de casa, nem pensar!!!! Soltam pelos, podem fazer xixi fora do lugar, e eu já tenho trabalho demais!!!
Eu amo a minha mãe, mas quando ela dá para falar, às vezes preferia levar uma boa sova!
Só que Toto era um chantagista de marca maior! Ele quando queria ficar com a gente , sabia como comprar o coração de todos! Por isso que por muitas vezes a gente acabava pegando mamãe no flagra brincando com ele no meio da sala.
Estava atendendo a um pedido do papai. A ração da cachorrada tinha terminado e ele pediu para que eu fosse na venda do seu Zé para comprar um saco.
Foi então que o danado do Toto foi até meu quarto, pegou o meu diário que estava em cima da minha cama e levou para sua casinha lá no quintal.
Quando cheguei, fui terminar de escrever no meu confidente.
Cadê meu diário????
- Mãe!!!! A senhora pegou meu diário????
- Claro que não filha! Veja direitinho onde você colocou.
- Não tá aqui!!!! Pai, o senhor viu meu diário?
- Filha, estou lendo meu jornal, não vi não.
Já fui muito brava brigar com meu irmão.
- Pode me devolver!!! Devolva agora!
- O que sua maluca??? - perguntou.
- O quê? O quê? O meu diário, claro! Devolva agora antes que eu quebre em pedacinhos o seu carrinho vermelho com controle remoto.
- Você pirou! Eu não peguei o seu diário, procure direito nas suas coisas.
Eu conhecia quando meu irmão falava a verdade, ele não era adeptos a mentira. Meus pais sempre nos ensinaram que a verdade é a nossa melhor amiga.
Revirei todo meu quarto, até embaixo do colchão fui procurar.
De repente, Toto entra no meu quarto abanando o rabo, com uma folha de papel, que eu conhecia muito bem, na sua boca.
- Vem Toto, vem!
Ele veio todo feliz, mas a sua felicidade terminou quando vi que o papelzinho que estava com ele era uma folha do meu diário.
- Toto, você não fez isso? Eu não acredito!!!!
Desci correndo para o quintal, e quando eu olho para dentro da casinha do meu amiguinho, vi que todos meus segredos estavam simplesmente picados e destruídos.
Entrei em casa aos prantos, igual aquelas atrizes dramáticas nas telas do cinema.
- Estou arruinada!!!
Meus pais riram da cena, onde já se viu alguém ser arruinada por causa de um diário destruído??
Fiquei brava ao ver que ninguém me levava a sério, e me tranquei no quarto.
Há males que vem para o bem, sempre minha avó fala isso, e percebi que é a mais pura verdade. Já pensou se meu irmão ou meus pais pegam meu diário confidente, e descobrem que eu gosto do Pedrinho??? Acho que meu mundo acabaria!!!
Depois que a paz invadiu novamente meu ser, fui até o quintal e agradeci ao Toto, afinal ele me salvou de pagar mico perante minha família e o levei para dormir abraçadinho comigo.

Um comentário:

  1. oi tia eu adorei entrar no seu blog Achei legal e sempre vou pesquisar beijos sua aluna vitória.s

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